Essa trilha são 20 quilômetros ida e volta e o último quilômetro é o mais difícil.
Iniciamos a trilha com muito vento, neve e frio. Realizamos a caminhada num total de 9h.
Tínhamos expectativa de
que o tempo melhorasse e as nuvens que tampavam o Cerro se dissipassem, embora
estivesse sol na cidade, já no início da trilha começaram a cair pequenos
flocos de neve, a temperatura era de 0ºC, mas a sensação térmica, por causa do
vento era bem pior.
O vento nos castigou durante a
maior parte da caminhada, os flocos de neve quando caiam sobre nossas roupas
viravam água, é o que chamam de “chuva-neve”.
No caminho passamos pelo
mirante do rio de las vueltas que traz uma vista fantástica do vale por onde
ele passa até chegar à cidade.
Depois chegamos a Laguna Capri
onde forma uma praia com água clara e límpida, ali também existe um camping que
deve ser bem castigado pelos ventos, pois, vimos umas paredes de madeira
improvisadas ao redor das barracas.
Depois de atravessar algumas
pontes sobre um rio de água cristalina, chegamos a acampamento Poincenot.
De lá seguimos para o tramo
final, último quilômetro até a Laguna de los tres que fica na base do Fitz Roy,
caminho muito íngreme que nos judiou, a subida é difícil, com muito pedra,
exigindo muito condicionamento físico e persistência. Subindo aquele trecho,
fiquei imaginando o que passam os escaladores profissionais, que encaram
distâncias muito maiores, temperaturas bem piores e tantas outras situações
adversas para conquistarem determinado cume.
Nesse trecho final o vento e a
chuva-neve pioraram e quando chegamos a laguna, era impossível ficar. As
rajadas de vento nos carregavam, tínhamos que nos esconder atrás dos paredões
de pedras sobre as morenas, uma dessas rajadas levou meu gorro, que o André
conseguiu recuperar. Lanchamos rapidamente, fizemos bem poucas fotos e
iniciamos a descida.
A medida que descíamos, a temperatura começou a melhorar, pois,
estávamos protegidos pela floresta de lengas. Concluímos o trajeto com um tempo
total de 9h, desde que partimos do hostel.