domingo, 4 de setembro de 2016

13 de Julho de 2016 - Cachoeira Santa Bárbara

           Passeio na comunidade Engenho II, uma das várias comunidades quilombolas da Reserva Kalunga (contratamos um guia local por R$ 80,00 e pagamos R$ 40,00 a entrada, sendo R$ 20,00 por pessoa). Neste passeio conhecemos as cachoeiras Santa Bárbara, Barbarazinha e Capivara.
Como nos dias anteriores, acordamos cedo, iríamos conhecer a menina dos olhos da Chapada, a Cachoeira Santa Bárbara. Precisávamos sair o mais cedo possível devido à distância que tínhamos a percorrer. São 90 km até Cavalcante e 26 km de estrada de terra até a comunidade quilombola Kalunga.
 
 
 
Saímos da pousada as 8h00, a estrada até Teresina de Goiás é ótima, de lá até Cavalcante piora um pouco, mas é transitável. Logo na entrada de Cavalcante está o CAT (Centro de Atendimento ao Turista), paramos ali para contratar um guia e pegar informações, contratamos o Toninho, um guia Kalunga, por R$ 80,00. Seguimos com ele para a comunidade. Todos os guias em Cavalcante e na portaria da comunidade são descendentes de quilombolas, como é obrigatória a contratação de guia para ir a cachoeira, nada mais justo que esse dinheiro seja pago para um guia local, mesmo porque eles cobram mais barato do que os guias que vem de fora.
Fizemos uma ótima escolha de guia, pois, nem todos fazem um roteiro tão completo quanto Toninho fez conosco. Chegamos à portaria da comunidade, pagamos uma taxa de R$ 20,00 por pessoa e estacionamos o carro próximo à igreja. Ele nos disse que estavam em dia de festa, a “Folia de Santo Antônio”. De noite haveria um baile com música ao vivo com a banda de forró pé de serra “kalunga.com” formada por músicos da própria comunidade quilombola e um banquete que estava começando a ser preparado pelas mulheres.
Portaria onde pagamos a taxa de visitação
 
 
Ele nos levou pra acompanhar um pouco do preparo do banquete, havia vários tachos de carne sendo cozidos em fogões de lenha numa cozinha simples ao lado da igreja, lá fora estavam picando a costela do boi que tinham matado para o preparo da vaca atolada.

 


 
Passamos pelo salão em que seria realizado o baile, fomos até a igreja onde estava acontecendo uma missa, o padre nos convidou para entrar, ficamos ali por alguns instantes e saímos para conhecer mais da comunidade.


Seguimos até a escola que possui dois prédios, um deles foi construído por um grupo de ingleses que ficou na comunidade por mais ou menos dois meses e construíram tudo com as próprias mãos, segundo Toninho era pra sentirem na pele o que é trabalho pesado. No parquinho havia um grupo de crianças brincando. Toninho colheu alguns frutos caídos de um baruzeiro, trouxemos pra casa pra mostrar para às pessoas como é o baru.

 
Um grupo de “cantadores” estava passando pelas casas realizando a Folia de Santo Antônio. Fomos apresentados ao grupo e o seguimos para acompanhar um pouco essa tradição, o pai e o irmão do guia Toninho faziam parte do grupo. A bandeira chega à porta da casa, todos os moradores ficam de joelhos e beijam-na para dar boas vindas, todos entramos na sala simples, iniciou-se a cantoria com uma viola, um tambor e vários pandeiros rústicos, acho que feitos por eles. No final, um membro da família leva a bandeira para dentro da casa para abençoar todos os cômodos e os mesmos oferecem alguma bebida ao grupo, além de contribuir com alguma quantia em dinheiro que é colocado dentro do pandeiro de um dos tocadores.
 





O André tomou uma dose de cortesano que foi oferecido a ele, fomos convidados pra almoçar com eles, porém, estava na hora de seguir para as cachoeiras Santa Bárbara e Capivara.
 
Seguimos poucos quilômetros de carro e paramos em uma área de estacionamento, dali seguimos por uma trilha fácil de aproximadamente 2km que nos levou até um primeiro poço, azul como o céu, lindo... A Barbarazinha.
 
 
Seguimos a trilha e pouco mais à frente, chegamos finalmente ao poço principal da Cachoeira Santa Bárbara, vimos poços maiores, mas o que encanta ali é a beleza daquela água azul turquesa transparente com fundo de areia e pedras com uma queda d’água bem no centro do poço. A água estava fria, mas suportável, e o lugar é muito agradável. Essa cachoeira é muito visitada e para evitar muita gente ao mesmo tempo, é permitida a permanência ali por no máximo uma hora. Esse tempo depende também do guia, Toninho estava tranquilo e disse que poderíamos ficar mais tempo se quiséssemos, pois, havia pouco fluxo de turistas naquele dia.




 
Resolvemos ir pra a outra cachoeira, voltamos pro carro, ali havia muitas árvores de buriti e Toninho colheu alguns frutos que estavam caídos para que experimentássemos.


Seguimos com o carro sentido contrário, logo paramos em outra área de estacionamento, seguimos uma trilha de mais ou menos 800 metros e chegamos a Cachoeira da Capivara.
Essa cachoeira não tem a cor azul turquesa como a Santa Bárbara, mas também tem sua beleza, assim como todas as cachoeiras que conhecemos. As águas de dois rios se encontram no poço após as cachoeiras formadas por cada rio desaguarem ali. Só pra variar: água gelada! O poço é muito bonito, tem água clara, fundo de areia e pedras.

Quando estávamos na cachoeira Santa Bárbara vi uma moça com um rosto conhecido, encontrei-a novamente na Capivara e fui conversar com ela. As minhas suspeitas se confirmaram, conheci ela muito pequenininha, com 3 ou 4 anos, se chama Luiza, seus pais tinham casa em Toque Toque Grande,  ela e a irmã sempre iam em casa ver os filhotes da minha cachorra que havia acabado de parir, ela também se lembrou. Foi legal encontrar alguém depois de tantos anos e ainda reconhecer o rosto, acho que não deve ter mudado muito.
Antes de ir pra Cachoeira da Capivara, passamos no restaurante da tia do Toninho para encomendar nosso almoço, que seria um “almojanta”, pois, iríamos almoçar por volta das 16h00. A comida caseira, feita no fogão à lenha, custava R$ 30,00 pra comer a vontade e R$ 25,00 o prato feito. As opções são: tomate, alface, rúcula, beterraba e chuchu, peixe frito, frango caipira, arroz, feijão, abóbora cozida, mandioca frita, 2 tipos de farofa e macarrão alho e óleo. São diversas opções de sucos naturais e doce de leite com buriti (pagos à parte). O lugar é bem simples e aconchegante.

 
 



Depois do almoço, Toninho se despediu de nós e ficou na comunidade para a festa, nós pegamos o caminho de volta para Cavalcante e depois Alto Paraíso. Chegamos por volta de 18h30, cansados, tomamos banho e ainda tivemos ânimo para dar uma voltinha na rua principal, mas logo voltamos e caímos na cama como pedras.




Nosso final de tarde
 

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