Acordamos
às 6h00, tínhamos intenção de sair às 7h00, mas acabamos nos atrasando e saindo
às 8h00 rumo à portaria três do Parque Nacional da Serra da Canastra, distante 70
km de Sacramento por estrada de terra. Chegamos 9h15 na portaria, pagamos uma
taxa de R$ 9,00 por pessoa. O André iniciava a partir dessa portaria o retorno a um lugar que conheceu há uns 20 anos atrás e estava louco para me apresentar.
O
guarda da portaria nos indicou conhecer a Cachoeira do Fundão, são 9 km saindo
da rota principal do Parque, mas são 9 km de estrada muito ruim, demoramos 35
minutos pra percorrer o trajeto. Essa estrada não é indicada para carro baixo.
Situação precária da estrada
Chegamos
a uma casinha simples onde mora apenas uma pessoa que cuida de uma área de
reflorestamento. Uma empresa terceirizada é responsável por essa área, que
pertence ao parque, provavelmente quando o reflorestamento for entregue, o
parque coloque tudo abaixo. Ali era uma fazenda que foi desapropriada, como
havia desmatamento para pasto, o Parque contratou uma empresa para reflorestar
a área, esse processo vai durar três anos.
Estacionamos
o carro e seguimos numa caminhada de 20 minutos, chegamos a um poço grande com
uma queda d’água forte que provocava um vento na frente do poço, a água estava
tão gelada que até o André teve dificuldade de entrar. Ficou pouco tempo dentro
da água e ficamos pouco tempo ali contemplando a paisagem também, tinha muito
borrachudo. Voltamos para o carro e pegamos o caminho de volta. Segundo o André
voltamos em 20 minutos porque ele quem estava dirigindo... Ah... Os homens!!!
Paramos
em uma antiga garagem feita de pedras. Ali ficavam os carros das pessoas que
necessitavam chegar a uma fazenda que ficava num vale próximo, porém a estrada
só chegava até ali. Fizemos muitas fotos, a paisagem é linda.
Seguimos
para o vilarejo de São João Batista da Canastra, onde vivem mais ou menos 250
pessoas para procurar lugar pra passarmos a noite e continuar nosso passeio no
dia seguinte. O André quando passou por aqui há mais ou menos 20 anos atrás dormiu com o grupo de amigos em barracas que montaram na beira da estrada na entrada do povoado.
Tínhamos indicação do guia que conversou com o André por
telefone, procurar a pousada onde a Nora de seu “Vicente” trabalha, pois,
provavelmente estaria fechada, mas ela abre em caso de chegar hóspedes.
Chegamos em frente à pousada e a porta estava aberta, batemos palmas e ninguém
atendeu, resolvemos entrar, os quartos estavam todos abertos e não havia
ninguém! Fomos procurar, então, Seu Vicente que mora numa casa no fundo do
cartório, depois conversando durante o jantar descobrimos que a esposa dele é a
escrivã. Ele indicou onde encontraríamos sua nora Cida, assim que a
encontramos, ela nos levou até a pousada para mostrar os quartos, mas avisou
que teríamos que esperar pra limpar o quarto, pois, haviam esvaziados naquele
dia, eram convidados de um casamento que acontecera no povoado.
Fomos
conhecer uma cachoeira que ficava ali pertinho, a “Cachoeira do Jota”. Assim
como a cachoeira do fundão, estava muito gelada, o André disse que o pé estava
congelando, mas mesmo assim ele encarou, eu fiquei sentada na pedra
fotografando. Quando voltamos, passamos na casa de Seu Vicente para encomendar
o jantar, passamos na casa da irmã dele, Dona Dalva, para comprar um queijo
canastra que ela produz e passamos na venda pra comprar um vinho pra tomar com
o queijo. Quando chegamos à pousada, nosso quarto já estava organizado.
Nosso
jantar ficou marcado para as 19h00, pois, eles dormem cedo. Depois entendi
porque o jantar é cedo, porque comemos na cozinha da casa deles e Seu Vicente
adora conversar sentado na beira do fogão à lenha, o jantar acaba por demorar
mais mesmo.
Tomamos
banho e fomos jantar. A comida é feita no fogão à lenha, estava uma delícia.
Tinha salada de alface com tomate, farofa, arroz, feijão, almôndega frita,
linguiça e carne frita, macarrão com molho, batata cozida e queijo canastra... estava
tudo maravilhoso. Mais gostoso ainda foi jantar na cozinha da casa deles,
conversando sobre a história da região, encontramos com Dona Dalva novamente,
logo ela saiu.
Seu Vicente sentado à beira do fogão à
lenha proseando conosco, essa foto tem fama, mas essa foi eu quem tirei.
Quando
saímos do jantar vimos a porta da igreja aberta e resolvemos ir até lá.
Encontramos novamente Dona Dalva, haviam acabado de rezar um terço, ela contou
que o jardim na frente da igreja já havia sido um cemitério e que ainda tinha
algumas placas de lápides espalhadas por ali, segundo ela, os sepultamentos são
tão antigos que até os ossos foram decompostos, que algumas covas foram abertas
e não tinha nada nelas. Andamos pelo pátio interno da igreja e encontramos as
lápides que ela havia mencionado, datam de 1800, 1900 e pouco, nos esquecemos
de fotografar. Só conversando com pessoas mais velhas pra saber dessas
histórias. Voltamos pra pousada e de lá não saímos mais. Quando André esteve por aqui esse lugar era bem diferente.frente da igreja havia um gramado apenas, hoje existe uma bonita praça.
Igreja, há mais ou menos 20 anos atrás
Igreja atualmente
Praça da igreja
Nenhum comentário:
Postar um comentário