segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Ponte Alta do Tocantins

     05/01/2020 (Domingo) – Ponte Alta do Tocantins

Aproveitamos a manhã para curtir mais um pouco a cachoeira, a água aqui no Jalapão tem uma temperatura bem agradável, bem convidativa para o banho.

Desmontamos nossa barraca, organizamos tudo e 9h50 partimos para Ponte Alta do Tocantins, 190km de distância. Paramos em um restaurantezinho no caminho, compramos lembranças do Jalapão.



Redes para fazer uma sesta após o almoço

Jovem que nos atendeu na lojinha e seu irmão

Não encontramos mais nenhum lugar para comer, então, vimos uma placa “Lagoa Azul” a 6km. Saímos da nossa rota para ver o que tinha nesse lugar, foi quando chegamos num quilombo ao lado de uma lagoa, que de azul não tinha nada. Paramos ali e tivemos a ideia de cozinhar um sopão no nosso fogareiro, pois, estávamos varados de fome. Haviam umas crianças e umas adolescentes que, vendo que tínhamos parado próximo ao lago vieram ao nosso encontro, eram 3 meninas (10,12 e 14 anos) e 1 menino (14 anos), as três meninas são irmãs e o menino é sobrinho delas. Ficamos constrangidos, pois, era visível que nosso sopão não dava para dividir.

Eles ficaram encantados com o fogareiro e davam risada do nosso desespero com os insetos, eu me enrolei com vários panos. Perguntamos o que eles faziam e responderam que “nada”, porque já eram acostumados. Nos contaram que o padre quem deu o nome de “Lagoa Azul” para aquele lugar, dali dava para ver a capela onde é rezada a missa, uma vez por mês. A Lagoa não é atrativa, não tem acesso a ela, é toda rodeada por mato, para piorar tem uns insetos que infernizam a gente.

Vendo que eles não iriam embora antes de comer, nós demos a eles algumas cocadas e pacotes de amendoim que eram as únicas coisas tínhamos no carro, além do sopão, e eles dividiram. Eles permaneceram ali até a hora que fomos embora, então, aproveitamos para conversar. Nos contaram que para ir à escola saem 3h00 da manhã no ônibus escolar para iniciar a aula às 7h00, o trajeto é demorado porque esse mesmo ônibus passa por diversas outras comunidades até chegar na escola e a estrada é muito ruim, o que é uma grande verdade. Ao meio dia eles começam o trajeto de volta e chegam por volta de 15h30, 16h00. Naquele quilombo vivem 4 famílias. Segundo eles, a única forma de banhar na lagoa é quando entra de canoa lá para o meio, aí dá para pular na água.

Nos despedimos e seguimos viagem. Chegando em Ponte Alta, entramos em contato com Priscila que é a esposa do Douglas, o guia que nos apresentou o Jalapão em 2018, eles haviam nos convidado para ficar hospedados em sua casa. Depois de tomar um sorvete, seguimos para casa deles. Douglas estava no Jalapão e a Priscila foi nossa anfitriã. Ela nos deixou bem à vontade. Aproveitamos para tirar tudo do carro e reorganizar.

Saímos para jantar com Priscila, que levou seu pinscher junto, só que ele ficou no carro bem quietinho, ele se chama “Chocolate”. Fomos a uma espetaria nova em Ponte Alta, comemos a “jantinha”, que é um prato feito com arroz, feijão tropeiro, vinagrete, mandioca cozida, acompanhado de 1 espetinho a sua escolha.


Na hora de ir embora, uma situação muito engraçada aconteceu. Priscila chamou o garçom e disse: “Faltou só o espetinho de Chocolate.” Eu fiquei com a boca salivando e disse: “Nossa, não sabia que tinha espetinho de chocolate, também vou querer”. Ela olhou para mim com cara de espanto, e disse: “Eu vou levar um espetinho para Chocolate, meu cachorro. Aqui não tem espetinho de chocolate não. O que foi que você entendeu? ” Foi só risada. Como os sotaques nos enganam.

No dia seguinte, Priscila voltaria ao trabalho depois de alguns dias de férias, então, tínhamos que dormir cedo para não atrapalhar o horário dela, e nós também estávamos esgotados. 


 

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