DÉCIMO OITAVO DIA – 05/01/2016 (terça-feira)
Acordamos as 6h15, desmontamos nossa
barraca, tomamos café no carro e partimos para Salta, Argentina, às 7h07.
Escolhemos uma direção diferente, o caminho do Paso Sico. Boa parte desta
estrada é de terra, cerca de 500 quilômetros, segundo informações que obtivemos
tratavasse de uma viagem linda. O caminho estava deserto, cruzamos o primeiro
carro apenas na divisa, ou seja, no próprio Paso Sico.
Pouco
antes de chegar ao Paso, paramos no posto dos carabineros onde tem uma placa
dizendo: “parada obrigatória”. O André desceu, o guarda chileno com cara de
poucos amigos, pediu para ver nossos passaportes e o documento do carro, logo
nos liberou para seguir em frente.
Alguns
quilômetros à frente estávamos na aduana do Paso Sico para realizar os trâmites
de saída do Chile e entrada na Argentina.
Pelo
caminho vimos montanhas, vicuñas, lhamas, vulcões, salares...a temperatura chegou
a 4,5°C. Por causa da altitude, cheguei ali com um pouco de embrulho no
estômago. Depois de carimbados os passaportes, uma breve fiscalização em nossas
bagagens feita pelo guarda Argentino, continuamos na estrada, agora na
Argentina. A paisagem continuou linda, agora formada por montanhas coloridas,
cáctus e pequenos arroios (rios).
Passamos
por algumas serras estreitas e quebradas, até que chegamos em San Antonio de
Los Cobres. Chegamos com expectativa de parar um pouco e começamos a procurar o
centrinho do lugar. Passamos por uma rua onde tem algumas hospedagens e
restaurantes e a praça central. Porém, ao entrar nessa rua percebemos o assédio dos moradores locais vendendo seus
produtos para os turistas que circulavam por ali, isso nos fez seguir em
frente, sem parar. Quando estávamos saindo do povoado para iniciar uma subida
de serra, fomos surpreendidos por diversas crianças e uma senhora que
apareceram do nada, eles rodearam o carro e começaram a oferecer artesanatos
locais e possibilidade de fotos com lhamas todas enfeitadas, fiquei assustada
com aquilo, na verdade fiquei com medo de sermos roubados ali. Estávamos
rendidos. Dissemos que não tínhamos dinheiro, o André deu umas balinhas pras
crianças e conseguimos seguir em frente, ilesos!!! Os artesanatos eram bonitos
e baratos, mas pela forma como fomos abordados eu não me senti segura em parar
e comprar. Depois nós vimos onde eles se escondem, tem diversas paredes de
pedras em semi-círculo, onde eles ficam agachados atrás protegidos do vento.
Seguimos tranquilos o resto do caminho até Salta, fomos acompanhando os
trilhos do trem das nuvens, que é um trem turístico que parte de Salta e vai
até San Antonio de Los Cobres, ora do nosso lado direito, ora do lado esquerdo.
Atravessamos por cima dos trilhos algumas vezes. O André ficou impressionado
com as pontes por onde eles passam e com a câmera na mão, fotografou tudo.
Chegamos em
Salta por volta das 15h30, uma hora antes do previsto, talvez por não termos
parado em San Antonio de Los Cobres. Nos hospedamos no mesmo hotel da ida, o
Marillian, desta vez o hotel estava com movimento maior de hóspedes e a diária
um pouco mais cara, acho que já havia iniciado a alta temporada.
Pagamos a diária com real à AR 3,9,
engraçado que na ida não aceitaram o real e tivemos que trocar com os cambistas
da praça (naquele momento à AR 3,7), pois, em Salta não há casas de câmbio, por
conta do alto valor dos impostos. O câmbio negro é feito na porta de uma casa
de câmbio fechada. Nos informaram que era seguro trocar na rua. Choveu bastante
essa noite e saímos apenas para jantar, escolhemos o El Patriarca, que fica
quase na frente do hotel, jantamos nele na nossa outra passagem por aqui. O
André pediu um lomo com molho que pareceu ser de aspargos, eu não comi um prato
e sim uma tijela, era um lomo recheado com presunto queijo e bacon e acompanhado
de fritas, não dei conta, se soubesse que era tanta comida tínhamos pedido um
prato para os dois.
By Natália Papaléo
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