terça-feira, 17 de maio de 2016

Décimo sétimo dia - San Pedro de Atacama


DÉCIMO SÉTIMO DIA - 04/01/2016 (segunda-feira)

            Acordamos por volta das 7h00, colocamos nossas roupas de frio, tomamos café no carro com coisinhas que havíamos comprado no dia anterior, passamos numa cafeteria pro André tomar um expresso. Paramos no “Delícias de Carmen” que é cafeteria e restaurante, era o único lugar que estava aberto naquela hora da manhã, o café custou CL 2.000, cerca de R$ 12,80, o André disse que o café estava morno!!! R$ 12,80 por um café expresso morno?

            Havíamos planejado para este dia fazer o Tour Astronômico de noite e de dia ir conhecer as Lagunas Altiplânicas, 120 quilômetros de San Pedro, tínhamos então, um dia inteiro de passeio. O caminho é bem sinalizado e chegamos, então, as Lagunas Miscanti e Miniques. Há muito tempo atrás essas lagunas eram rios formados pelo degelo das montanhas onde estão os vulcões que levam o mesmo nome. Esse rio chegava até o salar, com a erupção dos vulcões a passagem do rio foi fechada pela lava o que causou o represamento da água e a formação das lagunas. Avistamos patos, flamingos e vicuñas. A paisagem é linda. Fizemos muitas fotos.





 
Por indicação de duas brasileiras, seguimos mais à frente do caminho para tentar chegar em Piedras Rojas, outro ponto turístico da região. Segundo elas, ficava mais ou menos 30 minutos à frente, porém andamos muito mais do que isso e não conseguimos encontrar o lugar, encontramos um outro carro brasileiro também  procurando, esse ponto não é sinalizado, mas valeram todas as paisagens.
            Voltamos para San Pedro por volta das 16h30, ainda tínhamos bastante tempo para aproveitarmos a piscina do camping, afinal o sol aqui se põe por volta de 20h30, 21h00. A água gelada e o vento me deram coragem apenas para dois mergulhos, o André foi mais corajoso. Eu odeio água fria, tanto quanto ele adora piscina!!! Ficamos algum tempo ali nas espreguiçadeiras ao redor da piscina e depois tratamos de nos agasalhar, pois, a temperatura já estava caindo.
            Estávamos sem wi-fi no camping e não conseguíamos contato com o grupo de Jhonatas, nossa intenção era jantar com eles. Fomos de carro até o hostel onde estavam hospedados para ver se estavam por lá, mas haviam saído para fazer algum passeio e ainda não tinham voltado, deixamos um bilhete para nos procurarem no camping.
No dia seguinte estaríamos voltando para Salta, saímos para comprar mantimentos para abastecer nossa caixa térmica. Quando voltamos, a wi-fi já estava funcionando. Mandei uma mensagem no grupo e saímos. Nós e eles só tínhamos acesso a internet nas nossas hospedagens, isso nos fez desencontrar. Como tínhamos reservado o Tour Astronômico para as 23h00, resolvemos jantar sem a turma.
            Jantamos no “Delícias de Carmen”, mesmo lugar onde o André tomou o expresso morno. O jantar estava muito bom, os pratos são bem servidos, dependendo da fome dá pra dividir um prato pra dois. A salada do André tinha um ingrediente chamado Aji Verde, ele experimentou, era uma espécie de pimenta. Certo dia em Cafayate, estávamos em uma feira e vimos o aji sendo vendido, perguntamos o que era e pela explicação da moça entendi que era pimenta, então, perguntei se era pimenta, ela respondeu “não, não é pimenta, é aji!” Eles usam muito esse tipo de pimenta como condimento para fazer molhos e temperar carnes. A leve picância que sentimos nas empanadas é aji.
 



 
 
O André foi pagar a conta direto no caixa e perguntou para a senhora do caixa quando começou o interesse turístico por San Pedro de Atacama. Ela disse que foi há uns 15, 20 anos atrás quando um padre chamado Gustavo Le Paige (nome de uma rua em San Pedro) que era arqueólogo começou a estudar a região. Seus estudos começaram a trazer curiosos e turistas para a região.
            Quando voltamos ao camping haviam várias mensagens no grupo, a turma de  Jhonatas estava tentando entrar em contato conosco. Eles estavam na nossa rua, então, saímos à procura e conseguimos encontrá-los. Indicamos o “Delícias de Carmen” para que jantassem, fizemos companhia por alguns minutos e tivemos que nos despedir, pois, estava dando o horário do nosso Tour Astronômico. Ali na porta do restaurante foi nossa foto de despedida, afinal na manhã seguinte já estaríamos voltando para Salta, eles ainda ficariam mais alguns dias em San Pedro e de lá fariam outro caminho para voltar para o Brasil, passando por Santiago.


Às 22h45 o transporte passou para nos levar ao Tour Astronômico. Nós havíamos pesquisado algumas empresas que realizavam o passeio e ficamos sabendo que a Space é a melhor, com melhores equipamentos etc., porém, é necessário reservar com muita antecedência, pois, tem muita procura. Como não coseguiríamos ir com a space, escolhemos uma que uma brasileira estava anunciando na Caracoles e a explicação dela sobre como seria o passeio nos passou confiança. Tem algumas empresas que são tão picaretas que mesmo com o céu encoberto, não cancelam o tour e quando chegam lá as pessoas não conseguem fazer observação alguma. Chegamos 23h15 ao local, o guia nos recebeu com uma lanterna de cabeça com uma luz negra para não prejudicar a visualização. Lá haviam 4 telescópios. Ele fez uma breve explicação de como seria o tour, falou sobre a formação das estrelas, das constelações, sobre como utilizar o cruzeiro do sul para saber as direções Norte, Sul, Leste, Oeste. Falou que as algumas constelações podem ser vistas dos dois hemisférios, áries, touro, gêmeos, cachorro, entre outras. Partimos então, para as observações, o grupo tinha 20 pessoas, então, a observação no telescópio tinha de ser rápida. Visualizamos pleiades de novas estrelas, o planeta Júpiter e quatro de suas luas, a estrela mais distante do Cruzeiro do Sul, que é uma estrela dupla. A “simple vista” (olho nú) visualizamos algumas estrelas cadentes, as duas nuvens de Magalhães, que são galáxias próximas a nossa e relâmpagos na direção da Bolívia. No final, o guia reuniu o grupo para fazer a tão famosa foto com as estrelas. O tour terminou a 1h00. Estava uma noite fria e eu nem troquei de roupa para dormir.


By Natália Papaléo

 

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