DÉCIMO QUARTO DIA – 01/01/2016
(sexta-feira)
Depois
de uma boa noite de sono, acordamos por volta de 8h30 com os gemidos da cadela
sendo morta a grito na barraca novamente. Achamos muita falta de educação e respeito fazer toda aquela cena enquanto as pessoas já
estavam se preparando para encarar o dia.
Tratamos
de levantar acampamento rapidamente e partimos para conhecer o litoral norte do
Chile, nosso destino: Antofagasta, uma cidade portuária distante 312
quilômetros de San Pedro.
No
caminho para Antofagasta, passamos por Calama, um oásis no meio do deserto.
Cidade maior e bem mais organizada que San Pedro. Lá está localizada a maior
mina de cobre a céu aberto do mundo: Chuquicamata. Boa parte do desenvolvimento
da cidade se deve a existência da mina, ela é muito importante para a cidade e
para o país. Há um tour para conhecer o interior da mina, porém como era
feriado da Confraternização Universal (dia primeiro de janeiro) não havia tour,
deixamos o passeio para a volta, quando estáríamos novamente passando por
Calama. Fizemos algumas fotos do lado de fora da mina, conseguimos fotografar
alguns dos caminhões gigantes.
Fizemos
uma viagem tranquila. Já havíamos pesquisado um pouco sobre aquele pedaço de
costa e sabíamos que não encontraríamos nenhum lugar paradisíaco, mas o André
queria matar a saudade do Oceano Pacífico e nós precisávamos sair um pouco do
clima árido que estava nos maltratando. Eu estava com a boca toda rachada,
mesmo passando protetor labial; pele, garganta e nariz ressecados, assim como o
André.
Antofagasta
é uma cidade portuária e sua orla é rodeada de pedras. Percorremos a costanera
por muitos quilômetros e vimos que o costume por aqui é montar barracas nas
praias. Ali as famílias se reúnem, fazem churrasco e passam o dia, sendo o mar
é apenas um detalhe. Não vimos muita gente na água, provavelmente devido a sua
baixa temperatura. O vento por ali é contínuo, então muita gente usa o carro pra
proteger a barraca.
Começamos
a procurar um hotel pra ficarmos, afinal já estávamos cansados da barraca. Ao
pesquisar alguns preços, percebemos que estavam um pouco salgados, resolvemos
procurar mais um pouco, fomos até o Balneário de Hornitos, passando antes por Mejillones.
Não encontramos hospedagem em nenhum dos dois lugares, Hornitos é uma faixa
extensa de praia, porém, é formada somente por casas de veraneio. Depois que
acabam as casas a praia é tomada por barracas, motorhomes e trailers. Aquilo
nos deixou curiosos e o André resolveu perguntar para um senhor Chileno sobre
aquelas barracas, ele disse que é um costume das famílias das cidades da região
passar férias ali. Eles passam o mês de férias inteiro naquelas barracas, só
não sabemos com fazem pra tomar banho, já que não há estrutura alguma pra isso.
O lugar é muito bonito, achamos que seria o único lugar que daria pra “salgar a
bunda” como já dizia nossa amiga Vanessa. Mas precisávamos voltar pra
Antofagasta e achar um lugar pra ficar. Ainda em Hornitos, vimos jovens andando
de quadriciclo nas faixas de areia e as casas na frente da praia eram de alto
padrão, acho que esse é o recanto dos endinhierados por aqui. O lugar não tem
comércios, então, quem vem pra cá tem que vir prevenido.
Rodamos
80 quilômetros de volta para Antofagasta e paramos no Hotel Diego de Almagro
que fica na Costanera. O pagamento em dólares (US$ 60) estava compensando mais
do que o preço em pesos chilenos, devido a cobrança do IVA para estrangeiros.
Decidimos pagar no cartão de crédito para fugir do imposto deles, porém, não
fugimos do nosso, algo em torno de 6%. Mas ainda assim compensou.
Não
tivemos do que reclamar deste hotel, o quarto era enorme e tinha duas camas de
casal (Pra quê? Não sei!), ar condicionado, frigobar, cofre, tv a cabo, e no
banheiro uma boa banheira. Tratamos de encher a banheira e tomar um banho bem
demorado, depois de tomar banho no banheiro coletivo do camping, nós merecemos
né? Jantamos uma lasanha a bolonhesa no restaurante do hotel, demos uma
voltinha pelo calçadão da costanera e nos despedimos deste dia.
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