sexta-feira, 3 de março de 2017

05/01/17 (quinta feira) Ibarra - Lago do vulcão Cuicocha – Quito

 Chegamos em Ibarra às 7h00, 1h30 antes do previsto, dormimos pouco no ônibus, uma vez que a viagem não é muito tranquila devido as tantas paradas para que desçam e/ou subam passageiros, mas chegamos animados. Nossa intenção ali na região era conhecer o lago do vulcão Cuicocha, porém, não tínhamos nenhuma informação muito detalhada de como chegar até ele, pedimos informação para um guarda do terminal. Teríamos que pegar um ônibus até Cotacachi e de lá seguir em um taxi ou van até o vulcão. Pegamos o ônibus ali mesmo no terminal (USD 0,55) que nos deixou na praça central de Cotacachi, paramos em uma padaria bem simples pra tomar café, depois seguimos de taxi (6USD) até o vulcão, lá ficamos sabendo que havia um trekking de 4 horas por uma trilha bem demarcada ao redor do lago, sem necessidade de guia.

Subimos uma pequena trilha e chegamos a uma hosteria, uma senhorita nos atendeu e se ofereceu para guardar nossas malas, colocamos nossas roupas de trekking seguindo as informações que ela nos deu, disse que não precisava levar blusa, pois, já havia chovido bem cedo, estava sol e a temperatura agradável, compramos um kit lanche e água com ela e seguimos para o início da trilha de 14 quilômetros que fica ali ao lado. Fizemos uma escolha muito errada!!! No meio da trilha a temperatura começou a cair, chuvisco e neblina tomaram conta da paisagem, o que me causou grande arrependimento, passei muito frio, as pontas dos meus dedos pareciam congelar, o André sente bem menos frio que eu, suportou melhor. 
Fora o frio, curti muito o trekking, as paisagens são deslumbrantes, o lago do vulcão possui duas ilhas no meio e está a 3.068 m.s.n.m., já a trilha está a 3.300 m.s.n.m., não nos sentimos mal em nenhum momento da trilha, apenas o cansaço de caminhar por 4 horas, mas fizemos algumas paradas para descansar e fotografar.




No final da trilha existe uma infraestrutura bem legal para turistas. Uma feirinha de artesanato regional, um restaurante e um hotel, tudo isso fica na parte baixa da hosteria onde deixamos nossas malas. Ali tem um passeio de barco ao redor das ilhas que dura 20 minutos (USD 3,5 por pessoa). Como estava com muito frio, subi a trilha para buscar minha blusa, pois, no barco eu iria com certeza de novo passar frio, cheguei lá em cima morrendo porque tive que correr na altitude, senão iríamos perder aquela saída e não sei se teria outra pois, tinha que ter um número mínimo de pessoas para formar um grupo, como era dia de semana o movimento estava baixo. Desci também correndo, lá de cima via o André sinalizando pra eu descer mais rápido, cheguei cá embaixo mortinha da silva, ele disse que conversou com o piloto do barco que deu uma segurada pra nos esperar, trouxe blusa para nós dois. Minha ideia da blusa foi ótima, pois, no meio do lago estava até chovendo. Comecei a ter um pouco de dor de cabeça, que me acompanhou até perto de Quito, acho que estava precisando de comida de verdade... Na volta do passeio de barco nos foi servido um canelaço, o André tomou com cachaça e eu sem álcool pra ver se ajudava a melhorar minha dor.


 O André me deixou embaixo esperando e ele subiu pra buscar as malas, depois de alguns minutos, apareceu em uma pick-up com um senhor dirigindo, era o dono da hosteria que combinou com ele um preço pra nos levar até Otavalo, onde pegaríamos o ônibus para Quito, a corrida custou USD 12, achei caro, uma vez que dali até Otavalo tem 15 quilômetros de distância e a passagem de Otavalo a Quito, que tem 98 quilômetros, custa apenas USD 2,50. Porém, ali na entrada do vulcão possui poucas opções de transporte não teríamos muita escolha.
No terminal em Otavalo pegamos o ônibus para Quito (USD 2,5 por pessoa), estávamos indo de encontro com a capital do Equador, a 2.800 m.s.n.m., segunda cidade mais alta da América do Sul, perdendo apenas para La paz, na Bolívia, estávamos apreensivos para ver se sofreríamos com a altitude. Nesse trajeto o ônibus vai parando em dezenas de cidades e povoados, qualquer lugar serve de ponto de parada... É uma loucura, um entra e sai danado de passageiros, estávamos sentados bem na frente e eu ainda estava com dor de cabeça, tampei os olhos e consegui dormir um pouco, quando acordei estava um pouco melhor, cheguei em Quito já sem dor.
O trânsito no Equador é caótico, os motoristas usam buzina pra tudo, com o motorista do ônibus não era diferente, foi buzinando a viagem toda, sabe-se lá pra que e por que. Meu celular estava sem bateria, meu tio tinha nos indicado um hotel que ele costuma se hospedar quando vai pra Quito a trabalho, mas sem celular não havia como pegar o endereço. O guarda do terminal nos deixou usar a tomada da sala de embarque, assim que carregou um pouco, peguei o endereço e chamamos um taxi (USD 8) que nos deixou no hotel, ficamos no “Hotel 9 de Octubre”, no bairro La Mariscal, que é o bairro mais indicado para hospedagem em Quito, segundo pesquisas em blogs na internet.. Pagamos USD 29,50 pela diária sem café.
O hotel é simples, mas para uma noite estava de bom tamanho, no dia seguinte teríamos tempo pra pesquisar outros, ou ficar no mesmo. Depois de um belo e merecido banho, saímos pra jantar num “assador” simples bem pertinho do hotel indicado pelo meu tio, o prato é bem servido, dependendo da fome dá pra duas pessoas, mas nossa fome era tamanha que cada um comeu um, dormimos como pedra, pois, o sono picado no ônibus na noite anterior não tinha sido legal.


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