Chegamos em Ibarra às 7h00, 1h30 antes do
previsto, dormimos pouco no ônibus, uma vez que a viagem não é muito tranquila
devido as tantas paradas para que desçam e/ou subam passageiros, mas chegamos
animados. Nossa intenção ali na região era conhecer o lago do vulcão Cuicocha,
porém, não tínhamos nenhuma informação muito detalhada de como chegar até ele,
pedimos informação para um guarda do terminal. Teríamos que pegar um ônibus até
Cotacachi e de lá seguir em um taxi ou van até o vulcão. Pegamos o ônibus ali
mesmo no terminal (USD 0,55) que nos deixou na praça central de Cotacachi,
paramos em uma padaria bem simples pra tomar café, depois seguimos de taxi
(6USD) até o vulcão, lá ficamos sabendo que havia um trekking de 4 horas por
uma trilha bem demarcada ao redor do lago, sem necessidade de guia.
Subimos uma
pequena trilha e chegamos a uma hosteria, uma senhorita nos atendeu e se
ofereceu para guardar nossas malas, colocamos nossas roupas de trekking
seguindo as informações que ela nos deu, disse que não precisava levar blusa,
pois, já havia chovido bem cedo, estava sol e a temperatura agradável, compramos
um kit lanche e água com ela e seguimos para o início da trilha de 14
quilômetros que fica ali ao lado. Fizemos uma escolha muito errada!!! No meio
da trilha a temperatura começou a cair, chuvisco e neblina tomaram conta da
paisagem, o que me causou grande arrependimento, passei muito frio, as pontas
dos meus dedos pareciam congelar, o André sente bem menos frio que eu, suportou
melhor.
Fora o frio,
curti muito o trekking, as paisagens são deslumbrantes, o lago do vulcão possui
duas ilhas no meio e está a 3.068 m.s.n.m., já a trilha está a 3.300 m.s.n.m.,
não nos sentimos mal em nenhum momento da trilha, apenas o cansaço de caminhar
por 4 horas, mas fizemos algumas paradas para descansar e fotografar.
No final da
trilha existe uma infraestrutura bem legal para turistas. Uma feirinha de
artesanato regional, um restaurante e um hotel, tudo isso fica na parte baixa
da hosteria onde deixamos nossas malas. Ali tem um passeio de barco ao redor
das ilhas que dura 20 minutos (USD 3,5 por pessoa). Como estava com muito frio,
subi a trilha para buscar minha blusa, pois, no barco eu iria com certeza de
novo passar frio, cheguei lá em cima morrendo porque tive que correr na
altitude, senão iríamos perder aquela saída e não sei se teria outra pois,
tinha que ter um número mínimo de pessoas para formar um grupo, como era dia de
semana o movimento estava baixo. Desci também correndo, lá de cima via o André
sinalizando pra eu descer mais rápido, cheguei cá embaixo mortinha da silva,
ele disse que conversou com o piloto do barco que deu uma segurada pra nos
esperar, trouxe blusa para nós dois. Minha ideia da blusa foi ótima, pois, no
meio do lago estava até chovendo. Comecei a ter um pouco de dor de cabeça, que
me acompanhou até perto de Quito, acho que estava precisando de comida de
verdade... Na volta do passeio de barco nos foi servido um canelaço, o André
tomou com cachaça e eu sem álcool pra ver se ajudava a melhorar minha dor.
No terminal em
Otavalo pegamos o ônibus para Quito (USD 2,5 por pessoa), estávamos indo de
encontro com a capital do Equador, a 2.800 m.s.n.m., segunda cidade mais alta
da América do Sul, perdendo apenas para La paz, na Bolívia, estávamos
apreensivos para ver se sofreríamos com a altitude. Nesse trajeto o ônibus vai
parando em dezenas de cidades e povoados, qualquer lugar serve de ponto de
parada... É uma loucura, um entra e sai danado de passageiros, estávamos
sentados bem na frente e eu ainda estava com dor de cabeça, tampei os olhos e
consegui dormir um pouco, quando acordei estava um pouco melhor, cheguei em
Quito já sem dor.
O trânsito
no Equador é caótico, os motoristas usam buzina pra tudo, com o motorista do
ônibus não era diferente, foi buzinando a viagem toda, sabe-se lá pra que e por
que. Meu celular estava sem bateria, meu tio tinha nos indicado um hotel que
ele costuma se hospedar quando vai pra Quito a trabalho, mas sem celular não
havia como pegar o endereço. O guarda do terminal nos deixou usar a tomada da
sala de embarque, assim que carregou um pouco, peguei o endereço e chamamos um
taxi (USD 8) que nos deixou no hotel, ficamos no “Hotel 9 de Octubre”, no
bairro La Mariscal, que é o bairro mais indicado para hospedagem em Quito,
segundo pesquisas em blogs na internet.. Pagamos USD 29,50 pela diária sem
café.
O hotel é
simples, mas para uma noite estava de bom tamanho, no dia seguinte teríamos
tempo pra pesquisar outros, ou ficar no mesmo. Depois de um belo e merecido
banho, saímos pra jantar num “assador” simples bem pertinho do hotel indicado
pelo meu tio, o prato é bem servido, dependendo da fome dá pra duas pessoas,
mas nossa fome era tamanha que cada um comeu um, dormimos como pedra, pois, o
sono picado no ônibus na noite anterior não tinha sido legal.
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