sábado, 4 de março de 2017

12/01/17 (quinta feira) Alausí (Trem Nariz Del Diablo) – Cañar (Ruínas Ingapirca) – Cuenca

Acordamos às 6h00 pra tomar café e tentar comprar nossos bilhetes, a recepcionista, no dia anterior nos informou que o café seria servido a partir das 6h00, porém, quando chegamos, o local do café estava vazio e fechado, o André foi pedir informação e foi informado que o café seria somente a partir das 7h00, quebrando nossos planos.
O André se irritou por ter acordado tão cedo. Saímos pra rua e ficamos andando e fotografando o inicio do dia das pessoas saindo pra trabalhar, os alunos indo pra escola, os comércios começando a abrir as portas..., ficamos aguardando a abertura dos guichês da estação que abriu às 7h10, fomos os primeiros a comprar os tickets.












Voltamos rapidamente pro hotel pra tomar café e correr de volta pra estação, pois, o trem partiria às 8h00, o hotel em que estávamos era bem perto. No decorrer do passeio a irritação do André foi passando.
O trem partiu pontualmente às 8h00. A viagem de Alausí até Sibambe dura 30 minutos, as paisagens são lindas, existem diversas áreas de criação de gados e campos de plantações, o guia falou sobre a história da linha e sobre lendas... Quando chegamos à estação em Sibambe, um grupo de dança popular estava se apresentando para nos recepcionar. Hoje estação fica no meio do nada, não há nenhum vilarejo. Os vilarejos próximos ficam a quilômetros de distância e o acesso é feito por trilhas. Em 1998, o fenômeno El Niño provocou a transbordamento do rio que fica às margens da ferrovia, onde existiam diversos vilarejos, isso, obrigou as famílias e abandonarem suas casas e migrarem para outros locais, com isso inclusive a estação foi desativada, hoje ela funciona apenas para receber turistas.
Há uma lenda acerca desta linha que conta que quando a locomotiva estava passando pela serra do nariz do diabo, um ser de roupas e olhos vermelhos e com nariz grande aparecia dentro dos vagões, assustando as pessoas, muitas passavam mal, desmaiavam, então, quando chegava próximo a serra, boa parte descia do trem e andava a pé pelos trilhos para não encontrar com o ser dentro do vagão.
Ficamos na estação por 1h30, lá possui uma lanchonete, uma feirinha de artesanato e um pequeno museu que conta a história da construção da ferrovia e dos povos que viviam as suas margens. Esse trajeto é conhecido por ter a navegação mais difícil do mundo, os trilhos seguem por uma serra íngreme, durante sua construção não houve condição para construir curvas, então, os trilhos seguem em zig zag, ora com a locomotiva andando de frente, ora andando de ré. Mais de 2.500 trabalhadores morreram durante as obras por moléstias da época como por exemplo a malária. 9h30 o grupo de dança popular começou uma outra apresentação, às 10h00 estávamos partindo de volta pra Alausí.





 Imagens do caminho

 Grupo se apresentando para nos recepcionar









 Lanchonete
Estação

Museu

Desembarcamos 30 minutos depois, passamos no hotel para pegar nossas malas e seguir pra Cañar, onde visitamos as ruínas Ingapirca. Chegamos com muita chuva. A recepção tem uma ótima estrutura, com lareira e guarda volumes para malas. Depois de pagar a entrada (USD 2 cada um) e guardar as malas (uso gratuito com chaves) iniciamos o tour de mais ou menos 45 minutos debaixo de muita chuva, o que não foi muito agradável. Ali viviam os índios Cañares, quando chegaram os Incas e conviveram juntos nessa comunidade. As ruínas mostram bem isso, algumas são em pedras bem marcadas para dar o encaixe perfeito, outras são com pedras mais arredondadas com uso de uma espécie de massa para fixação, ainda vimos algumas lhamas que ficam soltas ali nos gramados das ruínas. Ainda há duas trilhas, que embora sigam por caminhos e tempos diferentes, chegam até ao mesmo local, a “cara do inca”, um índio entalhado em uma rocha. Não fizemos essa trilha, talvez o André até teria feito, mas por falta de ânimo de minha parte ele também não foi, as roupas molhadas estavam me incomodando, voltamos pra recepção. Enquanto o André foi visitar um pequeno museu ali ao lado, eu fiquei tentando dar uma secada nas roupas em frente a lareira. Quando ele voltou, a recepcionista avisou que havia um ônibus pra Cañar partindo em 5 minutos do ponto final, aproveitamos e saímos rapidamente pra tentar embarcar e chegar em Cuenca o mais breve possível.

 Réplica de uma casa vista por fora
Réplica da casa vista por dentro











De Ingapirca seguimos até Cañar, em Cañar embarcamos para Cuenca. Nós sempre nos deslumbramos com as paisagens lindas por todos os caminhos que passamos desta vez não foi diferente, muita área rural, plantações, serras, muitos povoados. Esse trecho da rodovia está asfaltado, porém, não há quase ou nenhuma sinalização, nem no asfalto, nem em postes. Meu tio depois nos explicou que até uns 4, 5 anos atrás essa rodovia era estrada de terra, era muito perigosa para transitar, além da neblina muito forte na região que prejudica a visibilidade dos condutores, então, o índica de acidentes ali era alto, com o recapeamento melhorou bastante. O atual presidente Rafael Correa asfaltou muitas rodovias no país, porém não as estruturou de forma que minimizasse tanto os acidentes, pois, o que fez foi somente jogar asfalto sobre a terra, não sinalizou o solo, não emplacou as rodovias... A impressão que tivemos foi de que rodar pelas rodovias brasileiras é estar no primeiro mundo!!!
Chegamos a Cuenca por volta das 19h00, pegamos um taxi pra casa do meu tio, eles nos esperavam pra jantar. Fizemos um lanche e ficamos até as 23h00 contando sobre a viagem. 

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